top of page

O que você precisa saber sobre Cirurgia de Epilepsia

  • Clínica Civil
  • 19 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura


Tratamento Cirúrgico de Epilepsia


A epilepsia é uma doença caracterizada por uma predisposição duradoura de apresentar repetidamente crises convulsivas (epilépticas), que por sua vez traz uma série de consequências neurológicas, cognitivas e sociais ao paciente. A definição de epilepsia leva em consideração a ocorrência de pelo menos uma crise epilética, embora frequentemente os pacientes com esta patologia apresentem várias crises, por vezes num único dia. É uma doença comum: estima-se que haja entre 50 a 60 milhões de pessoas portadoras de epilepsia no mundo atualmente.


O tratamento habitual da epilepsia é feito com medicamentos, denominados fármacos anticonvulsivantes. Há vários deles disponíveis no mercado, que são utilizados pelos médicos de acordo com o tipo de epilepsia e outras características clínicas do paciente. Entretanto, em cerca de um terço dos pacientes, os fármacos não são suficientes para controlar a epilepsia, mesmo quando utilizados em doses adequadas e sem a limitação de efeitos colaterais. Estes pacientes são considerados como tendo a chamada epilepsia refratária, e tornam-se potenciais candidatos a tratamento cirúrgico.

Para a indicação do tratamento cirúrgico, o paciente deverá realizar uma bateria de exames clínicos, neurofisiológicos e de imagem (radiológicos), que incluem vídeo-eletroencefalograma, ressonância magnética de alta definição, exames de medicina nuclear, avaliação neuropsicológica, dentre outros. Estes exames permitirão diagnosticar a presença de doenças causadoras de epilepsia (malformações cerebrais, tumores, lesões sequelares etc.) e delinear com maior precisão a área geradora das crises, que pode ser ressecada cirurgicamente.

Esta área, dita zona epileptogênica, pode ser mais localizada (focal) ou inclusive acometer todo um lobo ou hemisfério cerebral. De posse de todos estes exames, a equipe multidisciplinar de cirurgia de epilepsia, que inclui neurocirurgiões, neurologistas, psicólogos, radiologistas, psiquiatras, assistentes sociais, fisioterapeutas, e outros profissionais, conseguirá definir qual a melhor estratégia cirúrgica para cada paciente.


A cirurgia de epilepsia é complexa e deve ser realizada em centros que disponham de todos os recursos tecnológicos e humanos, como o CIREP do HCFMRP-USP. Seu resultado varia de acordo com o tipo de cirurgia realizada, sendo que determinadas cirurgias levam a melhora ou mesmo ausência de crises em mais de 80% dos pacientes. Em casos de epilepsia refratária, portanto, é fundamental que o paciente seja encaminhado para a avaliação mencionada acima a fim de se estabelecer se ele poderá se beneficiar de procedimento cirúrgico.


Referências

Santos MV, Machado HR. Extratemporal disconnective procedures for the treatment of epilepsy in children. Epilepsia. 2017;58 Suppl 1:28-34.

Leal STF, Santos MV, Thomé U, et al. Impact of epilepsy surgery on quality of life and burden of caregivers in children and adolescents. Epilepsy Behav. 2020;106:106961.

Ryvlin P, Cross JH, Rheims S. Epilepsy surgery in children and adults. Lancet Neurol. 2014;13(11):1114-1126.

Santos MV, Machado HR. Tratamento cirúrgico da epilepsia na infância. Rev Bras Neurol Psiquiatr. 2014;18(2):156-164.


Autor

Prof. Dr. Marcelo Volpon Santos

Professor Doutor - Divisão de Neurocirurgia Pediátrica

Departamento de Cirurgia e Anatomia - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo (USP)

 
 
 

1 Comment


crlunardi
Oct 05, 2020

teste

Like
66.gif

Página carregando...

bottom of page